terça-feira, abril 28, 2009

Avante companheiro!!

E passou-se mais um 25 de Abril. A mesma conversa, os mesmos desabafos, a mesma pompa. Este ano Santa Comba Dão quis homenagear (e bem) um dos filhos da terra. Para os que não sabem, esse filho da terra colocou-nos no Guiness Book of Records. Não por ter feito a maior lampreia de ovos, ou o maior bolo rei, nem sequer por deter o maior número de toques numa bola. António de Oliveira Salazar está no Guiness como o mais longo ditador Europeu no poder, nada mais que 36 anos, de 1932 a 1968. Ao contrário de muitos outros políticos, toda a gente conhece Salazar e toda a gente tem uma opinião formada. Os que me conhecem sabem da minha simpatia com o Estado Novo e seus ideais, e conhecem a minha relação de fascínio com certas coisas do Estado Novo, mas, como aprendi que religião e Estado Novo não se discutem, não vou entrar por caminhos onde, como diz uma cara amiga, nos podemos atolar.
No entanto gosto de ouvir as opiniões. Basicamente as opiniões são como as dívidas ao banco, nem sempre são boas, mas toda a gente as tem, e gosto particularmente de ouvir a nossa esquerda opinar e protestar por se falar no nome do dito senhor. Ora, quem ouve essa mesma esquerda (antes Marxista-Leninista, hoje burguesa, noblesse oblige), ouve que Salazar era um ditador da pior espécie. Diz que comia criancinhas ao pequeno almoço e coisas que não lembravam ao demo, e que tinha uma polícia política que matava e prendia tudo o que era opositor ao regime, os torturava, queimava e fazia croquetes para se venderem na Portugália de então...
Muito embora parte desta história seja muito rebuscada, claro que Salazar não foi um menino de coro, claro que foi um ditador, e como ditador que era, fez com que os opositores sofressem as passas do Algarve à mãos da PIDE. Se estava correcto? Se calhar não...
O que eu acho fantástico é a mesma esquerda dizer isso de Salazar, mas não dizer, por exemplo, de Vladimir Ilitch Lenine ou de Josef Estaline, ou de criticar os regimes da China ou da Coreia do Norte. Esses não são ditadores, não. São visionários. E como a maioria dos habitantes são muito irriquietos, precisam assim a modos que de uma educação mais rígida, com umas palmadas. E meia dúzia de bastonadas. E umas prisões. E uns fuzilamentos, vá...
Querem dizer mal do Senhor Professor? Digam. Acham mal o lema Deus, Pátria e Família? Achem. Querem criticar o facto de o Benfica ter sido o clube do regime? Critiquem. Mas sejam coerentes. Ou também quererão canonizar Kim Jong II?

segunda-feira, abril 27, 2009

Funeral Blues

Na comédia romântica de 1994 com Hugh Grant e Andie MacDowell, 4 Casamentos e um Funeral, além de várias músicas levezinhas como convém, há aquela que é talvez, a mais fantástica cena de toda a película. Poucos dos que viram o filme se devem esquecer do (único) funeral e do poema que é declamado. Por razões que aqui não revelo, este poema tem um significado especial para mim, e não, nenhuma das pessoas que está a ler este post o sabe, nem mesmo quem possa achar que sabe. Parafraseando um outro filme, there's more to them, then meets the eye...
Para os que se lembram, mas que não sabem, nem de quem é, nem as estrofes, aqui fica o poema de W. H. Auden chamado de Funeral Blues, bem como a cena do filme (com legendas). Enjoy...
Stop all the clocks, cut off the telephone,
Prevent the dog from barking with a juicy bone,
Silence the pianos and with muffled drum
Bring out the coffin, let the mourners come.
Let aeroplanes circle moaning overhead
Scribbling on the sky the message He is Dead.
Put crepe bows round the white necks of the public doves,
Let the traffic policemen wear black cotton gloves.
He was my North, my South, my East and West,
My working week and my Sunday rest,
My noon, my midnight, my talk, my song;
I thought that love would last forever: I was wrong.
The stars are not wanted now; put out every one,
Pack up the moon and dismantle the sun,
Pour away the ocean and sweep up the woods;
For nothing now can ever come to any good.

quinta-feira, abril 23, 2009

BSO - Disney

Para quem não é adepto dos filmes da Disney (tal como eu, antes de alguém me ter desafiado a ver um...), não sabem o que perdem. Podem não perder muito em termos de história, mas perdem em músicas, e como tal, vou fazer-vos um favor. De vez em quando, quando eu as ouço no YouTube, vou aqui deixar-vos umas quantas. Se gostam ou não, façam o favor de dizer...
O filme Pocahontas de 1995, passa para o grande ecrã em versão animada, a lenda Americana da indígena como o mesmo nome. Com a voz de Mel Gibson, que também ouvimos cantar, o filme, como sempre politicamente correcto, conta a história da visita dos conquistadores ingleses em busca de ouro, da história de amor entre conquistador e conquistada, das diferenças entre as pessoas e as opções que tomamos na vida. Basicamente o filme é um musical para crianças, com letras para os adultos ouvirem.
Além de muitas músicas durante o filme (com as versões portuguesas cantadas por uma desconhecida na altura, chamada de Susana Félix), o score final presentea-nos com duas músicas, Colors of the Wind e também com um dueto entre Shanice e Jon Secada chamado If I Never Knew You (Si No Te Conociera, na versão Espanhola). É este último, nas duas versões que vos proponho que ouçam. Aqui fica o link:

Bom dia, são 9 horas, e o Continente abre as suas portas, desejando a todos os clientes bom dia e boas compras...
...E não é que já há gente à porta à espera para entrar? Eu conto com o Continente, escusa é de ser tão cedo...

segunda-feira, abril 20, 2009

É do caralho!

Não se assuste os estimado leitor com o título do post que não vamos entrar por linguagem brejeira, what so ever... Ouvi hoje na SIC Notícias, orgão de informação que até considero, ao contrário da TVI, minimamente sério, a notícia que um organismo norte Americano tinha feito uma lista das 10 palavras existentes nas várias línguas do mundo que fariam falta ao vocabulário da língua Inglesa. Na parafernália de termos vindos das mais variadas partes do globo, eis que se encontra, num dos lugares cimeiros, o termo desenrascanço. Ora, compreendo que tal termo e sua definição não existam por terras de Sua Majestade (e nem em mais nenhuma, garantidamente), mas temo em não concordar com a escolha. Ok, não têm e faz falta, mas temos termos bem mais abrangentes, estando, sem sombra de dúvida caralho como o que fará bem mais falta.
Senão vejamos, pode ser um sítio geográfico quando mandamos alguém para o caralho, é um adjectivo quando qualquer coisa é difícil ou feia como o caralho, pode ser apenas um então, caralho?, pode ser um estado de espírito quando se está encaralhado, enfim, temos adjectivos, verbos, substantivos, e o caralho encaixa em todas elas. È universal e abrangente. Depois de termos dado novos mundos ao Mundo, não estará na altura de darmos o caralho como contributo para a globalização? Digam lá se a ideia não é do caralho...

sábado, abril 18, 2009

Favor pagar à saída.

A minha estimada progenitora é das pessoas que acha que a vida é como uma qualquer disconight. Passo a explicar: para ela, por tudo o que fazemos durante a vida, vamos fazer contas à saída (ou lá em cima, à entrada de um sítio que ainda não consegui descrutinar), tal qual como levar o cartãozinho à caixa e pagar o consumo.
Eu não concordo. Não concordo com as contas feitas num sítio utópico. E se tal sítio não existir? Lá ficamos nós de contas perdidas...À excepção das filhas dos emigrantes que lá se fazem, cá se comem, sou apologista de que cá se fazem, cá se pagam (género what happens in Vegas, stays in Vegas), senão por nós, por interposta pessoa.
Isto tudo para dizer o quê? Basicamente nada. Já vos aconteceu alguém vos pregar uma e, mais tarde, se sentirem vingados por uma qualquer razão? Porque alguém fez ou disse aquilo que queriam ter sido vocês? Ou porque alguém passou pelo mesmo que vocês passaram? Cá se fez, cá se pagou. Sem cartões, talões ou outras complicações. É verde, código, verde. E tenho dito...



(Sentimento de vingança? Se calhar, e depois?. Assim como assim o blog é meu...)

sexta-feira, abril 17, 2009

Táxi!!

O taxista mais famoso do mundo, ou dos mais famosos pelo menos, faz hoje anos. Não é o estereotipo do fogareiro, não tem Ray-Bans da feira, nem unhaca no mindinho, não fala de futebol e convenhamos que não tem comportamentos machos. À conta de muito botox, liftings ou qualquer outro segredo não revelado, continua jovem, e, mais importante ainda, a trabalhar do alto dos seus 60 anos a distribuir pessoas e encomendas.Além disso, garanto-vos que já não se fazem carros como aquele. Também tem 60 anos e rola...
Meus amigos, se por acaso forem à Cidade dos Brinquedos, não estranhem a festa, façam o favor de dar os parabéns ao Noddy...

Foi você?

Havia há uns anos um anúncio a um vinho do Porto. A frase, para muitos que ainda se lembram era foi você que pediu um Porto Ferreira? Da mesma forma me poderiam perguntar foi você que pediu um Magalhães? Não, realmente não fui. Parece que que andaram uns senhores de pastinha debaixo do braço, tipo testemunhas de Jeová, mas sem A Sentinela, a fazer aquilo que qualquer marketeer sonha para si: Um completo brain-washing a uns milhares de petizes que se convenceram que aquela coisa em forma de torradeira passaria a fazer parte da sua lista de bens consumíveis, logo a seguir à PS3 e a uma ida ao McDonalds. A coisa foi tão bem montada, que a pergunta inicial do post nem sequer existe. Não foi você que pediu, você vai ter, porque mesmo que não queira, o puto está programado para chorar e pedir (como faz em tantas outras situações), e a professora fará o papel de advogada do diabo a fazer-nos ver que o nosso filho vai ser um inadaptado e um deslocado da sociedade por não ter aquela aberração azul e branca e passará o resto da vida atrasado em relação à matéria, isto tudo, claro está, porque não teve acesso, desde jovem, a gajas na internet...
Para tentar ver que, afinal, o Magalhães faz tanta falta em casa como um frasco de Eno, as professoras divertem-se a passar trabalhos que requeiram o uso de tal instrumento tecnológico, caindo no ridículo de, tal como aconteceu com o meu filho, o TPC ser uma pesquisa na net e consequente apresentação do trabalho em powerpoint sobre o desporto no Japão. Que me perdoem os 127.433.494 habitantes nipónicos, que não tenho nada contra o Sumo, Karaté e afins, mas será que aquela alminha docente não se lembra que dá aulas no 1º ciclo?? O meu filho tem 7 anos valha-nos Deus! O que acontceu às composições e aos ditados? A temas tão clássicos como O Natal, As minhas férias grandes, ou o que se celebra na Páscoa?... Será o Magalhães desculpa para os meninos construirem um algoritmo de programação em Pascal?

Sim, sou dos que diz mal, e sim também sou daqueles que pagou o Magalhães há alguns meses e é vítima dos sempre presentes atrasos pontuais.
Deviam mudar o nome àquilo. Assim tipo Diana Chaves. Toda a gente quer, mas ninguém toca...
Tenham um bom fim de semana.

segunda-feira, abril 06, 2009

Se isso me faz feliz... mente-me.

Este post vem atrasado. ou melhor, não saiu na paragem certa. Já vem construído há uns dias, e seria suposto ter sido largado neste blog na 4ª feira, 1 de Abril. Quis o destino que fosse no dia 6, o que, para o caso, também não tem mal nenhum.

Dia 1 de Abril, é o imbecilmente eleito dia das mentiras. Toda a gente mente, mas neste dia é à descarada. Podemos até correr o risco de dizer à nossa cara-metade que temos outra, sem correr o risco de ter os sacos do pingo doce à porta com a nossa roupinha.
Por causa disto, no outro dia pus-me a pensar se o imbecil que inventou este dia não poderia ter feito o contrário, ou seja, intitucionalizar um dia em que se dissesse a verdade, só a verdade e nada mais que a verdade (so help me God), mas que no final resultasse como a mentira, ou seja inconsequente. Não seria fantástico que, por um dia, pudéssemos ser honestos com as pessoas que devemos? Dizer apenas o que nos vai na alma sem medos ou riscos consequentes? Podermo-nos abrir completamente, não com quem nos convém mas sim com que deveria ser? Mas não, giro é dizer ao nosso colega que está a Rita Pereira em topless a lavar-lhe o carro ou ouvir o Luis Filipe Vieira a afirmar a conquista do campeonato.
Digo-vos eu que o mundo está perdido, mas se não estivesse, não tinha tanta piada... Tenham uma boa semana.