sexta-feira, junho 19, 2009

Fasten your seat belts, please.

Ainda sobre o vôo 447, e porque não dizê-lo, de todos os vôs que não chegam ao destino, muitas vezes me pergunto como será a vida de alguém que, por um acaso, não entra num avião que se despenha. Será um acaso do destino ou de qualquer outra coisa? Há pessoas que não acreditam no destino, e há as que, per si, não são dadas ao espiritual. Poderá uma experiência destas abrir-nos ao significado da vida?
Há um filme fantástico de 1998 com Gywneth Paltrow chamado Instantes Decisivos (Sliding Doors no original), que retrata o como seria a vida da protagonista se apanhasse o metro de todos os dias, ou se, por um atraso, o perdesse. A partir desse momento o filme retrata as duas vidas em paralelo, completamente diferentes.
Neste caso passa-se o mesmo, mas com outra condicionante. Será que, ao não entrar neste avião a pessoa está a ser salva? Estará a ter um segunda oportunidade de vida? E se sim, porquê? Por quem? Para quê?
Para nós, comuns mortais, costumamos dizer que não era chegada a hora da morte, acreditando num qualquer destino sinistro que impede que tal pessoa encontre a Dama da Foice. Será uma guerra que não vemos? Serão as nossas existências apenas um jogo entre a vida e a morte?
Há coisa de duas semanas li uma coisa que me deixou a pensar nesta segunda hipótese. Um casal que, por ter ficado preso no trânsito, não embarcou no vôo 447 da Air France. Obviamente agradeceram esse facto. Não morreram por causa de um carro. Ou de muitos carros, neste caso. Regressaram à Alemanha onde encontraram uma família agradecida. Uma semana depois, na Bélgica, ainda em férias, ela morria num acidente de automóvel e ele ficou em coma.
E agora? Ainda achamos que temos respostas? Ainda achamos que é o destino? Como diz o tipo da RFM: Vale a pena pensar nisto...