domingo, julho 23, 2006

Dynamic Duo

Realmente a Natureza é uma coisa muito linda. O tipo lá de cima quando criou o mundo, fez mesmo uma coisa à maneira, assim tipo Lego mas com mais peças. Um destes dias estava a ver um programa no National Geographic Channel sobre a relação que certos animais têm com o meio ambiente, mais especificamente entre eles. Por exemplo, o peixe-palhaço que tem uma relação com a anémona, um não passa sem o outro, ou melhor, o peixe é o único que suporta o veneno, por isso usa a anémona como fortaleza. Aqueles passarinhos que poisam nos rinocerontes e lhes comem os parasitas e lhes coçam as costas de vez em quando. O castor que tem uma relação de mestre de obras com o rio, sempre a construir diques.
Além destes há muitos mais, mas confesso que também não tenho grande pachorra para programas do género e rapidamente mudei para o canal XXL onde também deviam estar a falar do mesmo assunto porque também se via um casal que me parecia a mim também dependiam (e muito) um do outro...
Passando esta fase do XXL, que, por agora, não interessa nada, lembrei-me desse duo dicotómico urbano que é o brasileiro e a cabine telefónica (orelhão no dialecto local). Ora todos nós já vimos por essas cidades fora o brasileiro agarrado a uma cabine telefónica como um doente agarrado ao soro. São relações que duram horas, essencialmente orais: devem ser o único espécimen na terra com uma linguagem mais ou menos completa, que consegue estar horas a falar com a mesma pessoa (normalmente a mãe/tia/avó) sobre variados assuntos, normalmente os mesmos: câmbio euro-real, câmbio euro-dólar, como estão os filhos que lá deixaram e envio de remessas de dinheiro. Ora esta relação sobrevive essencialmente também por causa da existência dos cartões telefónicos, pequenos rectângulos de papel que lhes fazem os olhos brilhar quando os raspam com uma moeda de 1 euro (aproximadamente 3 reais, o equivalente a 14 ordenados mínimos num emprego especializado). Definitivamente Alexander Graham Bell está na lista de heróis dos brasileiros, logo a seguir ao Pelé. É graças a ele que hoje têm essa relação com a cabine. Uma relação de horas a tagarelar, num sossego cosmopolita apenas interrompido pelo emigrante de leste, qual hiena querendo-se aproveitar do que é dos outros...

4 Comments:

At 2:55 da manhã, Blogger Anabela said...

epá, é isso tudo o que disseste e as excursões de chineses sob forma de ajuntamento(ou japoneses, que para mim são iguais).

Apresentam-se sempre com a mesma espécie de indumentária: sapatilhas (ou ténis, ou lá o que queiram chamar-lhes), máquina fotográfica e luvas (em pleno Verão e vá-se lá saber porquê).

Ele há espécies estranhas...

 
At 10:42 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Hilariante... ahahahaha

Hmmmm que se passa (ou não passa aqui) fui e voltei de férias e nada??? Hmmmm Hmmmm

Beijos da Princesa

 
At 12:47 da tarde, Anonymous Anónimo said...

Com este post descobri duas coisas sobre ti..

1º- que não tens paciência para assistires a programas de vida animal, o que eu gosto imenso,mas que agora também não vem aqui ao caso...
2º- que nos teus tempos livres "cuscas" as conversas dos outros no "orelhão" (expressão brasleira)!!!! não tem vergonha,não??!! (passe a expressão porque eu de brasileira não tenho nada!)

 
At 10:48 da manhã, Blogger Fernando Almeida said...

...Bem, mas por outro lado vejo o XXL...LOL

 

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