segunda-feira, agosto 01, 2011

Cuidados a ter com o corpo.

Cuidados a ter com o corpo. Tantas vezes se ouve esta frase, ou porque é Maio e estamos mais atentos ao coração e ao colestrol, ou porque assim que saem os primeiros raios de sol se fala na pele. Basicamente o conselho é sempre o mesmo, temos de controlar o corpo porque é nesta carcaça que arrumamos os sentimentos e as emoções e é com ele que vivemos a nossa vida. Enfim, há um sem fim de ameaças externas que podem literalmente aniquilar toda e qualquer tentativa de levar uma vida regrada.

Mas, e se a frase tivesse outro sentido? E se realmente tivéssemos que ter cuidado com o nosso corpo? No outro dia cheguei à conclusão (com ajuda, obviamente) que há uma parte do nosso corpo com a qual devemos ter muito cuidado: o umbigo.

O umbigo é talvez a parte do nosso corpo que mais nos mete em chatices, quase nem existindo um meio termo. Tanto podemos ter complicações por não olharmos para o umbigo, como também as temos quando só olhamos para ele... O curioso é que qualquer que seja a situação os efeitos secundários são sempre os mesmos: crises de consciência, arrependimentos e tristezas. E depois o umbigo não é como as amigdalas ou o apêndice que, não fazendo falta há sempre a hipótese de se tirar. O umbigo não...

Tenho para mim que o umbigo é como algumas pessoas que passam pela nossa vida. Há uma altura em que têm uma grande importância, mas depois só trazem chatice. E o curioso é que, por norma, a dimensão da chatice é proporcional à importância. E depois ficam simplesmente ali, especadas, como o umbigo...

Há pessoas que são cara-de-cú, e há as que são umbigos... E essas, não se podem simplesmente remover?

segunda-feira, julho 25, 2011

A maioria do estimado leitor que frequenta este blog não conhece a Nádia. E para o caso confesso que não é relevante não conhecer. Descobri-a há pouco tempo, e por um acaso, em conversa. Não a costumo visitar muito, mas esta semana, e porque estava próximo, lá fui eu.
Enquanto ia no carro, a Rádio Comercial debitou Problema de Expressão dos Clã, em que, a páginas tantas, Manuela Azevedo diz que a língua inglesa fica sempre bem no que toca ao descrever o amor. Eu até podia concordar com ela, não fosse o facto de, uns quilómetros mais à frente, e já sem o alcance da Comercial, mas agora sobre a égide da Cadena 100, tocar um baladão com uma voz fantástica (de alguma amiga da Nádia) e eu percebi que o Castelhano também era propício a isso. Pode não ser propício a mais nada, e os espanhois falam como se nos fossem bater, mas frases do tipo te quiero muitíssimo e estoy atrapado en tu amor têm um certo salero que o inglês não consegue ter.
Podem não partilhar da mesma opinião que este vosso escriba, mas se quiseres perder tempo leiam esta estrofe e vejam lá se isto não tem outra pinta em Castelhano...

Dime tu donde te escondes
te suplico me perdones
yo te amare como no lo hice ayer

Apiadate de mi
reclama ya el amor que no te di
por favor vuelve a mi
porque me muero yo
sin tu amor

E porque o ayer ya no vuelve, tengan un muy buena Lunes.

sexta-feira, julho 15, 2011

Much addo about nothing

(O estimado leitor exorta de alegria ao ver o título de uma peça de Shakespeare no título deste post. Tenha calma, ainda não estamos assim tão literários...)

Do que se escreve quando não há nada para escrever? Seguindo a opinião de uma amiga, porque não escrever disso mesmo? Escrever de não ter nada para escrever? Assim como assim, há pessoas com as quais nunca temos nada para falar e somos capazes de estar horas a fio a trocar impressões de tudo e de nada. Lá diz o povo que as conversas são como as cerejas. Será porque vêm aos pares? As testemunhas de Jeová também e isso não faz delas agradáveis visitas...
Isto de ter um blog tem muito que se lhe diga. Somos quase que obrigados a escrever. O estimado leitor já não estará de todo habituado a uma amiúde cadência literária deste seu escriba, mas ainda assim conheço a sensação de gostar de visitar blogs à espera de novidades. Devia haver um iogurte com uns bifidus quaisquer que, ao invés do trânsito intestinal, regulasse o trânsito intelectual. Que provocasse grandes descargas de intelecto directamente para os dedos e daí para o teclado, porque nem sempre a inspiração surge. Tenho para mim que Zeus deveria ter fecundado a Memória mais vezes que as nove que a lenda conta. Mas se somarmos essas nove musas mais as Tágides e outras tantas que perdemos o rasto, pode ser que o próximo post seja pleno de inspiração. Pleno, tal como o leite, com mais cálcio... :)

terça-feira, julho 05, 2011

Blogi et Orbi

Hoje, de conversa com uma amiga, surgiu este nome. Blogi et Orbi. Mal feita a tradução será um do blog para o Mundo, muito parecido com aquilo que o décimo sexto dos Bentos faz, só que a mim, infelizmente, não me calhou uma varanda com vista para a Praça de S. Pedro (mas vistas bem as coisas, também não tenho de andar com sapatinhos vermelhos calçados...). Infelizmente, aquilo que o tal décimo sexto diz tem muito mais impacto, e quando afirma que Deus criou o mundo, estará quiça a afirmar uma verdade transcendental. Sim, agora sou capaz de acreditar que Ele criou o mundo e tudo o que o precede. Todas as inovações do Homem, tudo aquilo que o Homem moderno desenvolveu, Ele estará na base. Mas não se pense que um velhote de barbas com uns não-sei-quantos milhões de anos estava desactualizado... Nada disso. Deus sempre esteve muito à frente do seu tempo (aliás, tinha essa obrigação, ele é que "fez" o tempo)...


Isto tudo para dizer que hoje li uma daquelas investigações fantásticas que ninguém se lembraria de fazer, em que cientistas (sim...cientistas) descobriram que o núcleo da Via Láctea tem sabor a groselha! Sim estimado leitor: GROSELHA!. Podia ser manga-laranja ou morango-banana... Mas não. Antes de existirem as águas e os leites com sabores a fruta e as cervejas com sabor a uvas podres, já o Criador se adiantava no tempo, polvilhando o Caminho de Santiago com um delicioso sabor a groselha...


É ou não é caso para dizer: Valha-me Deus...

domingo, maio 15, 2011

O bebé chorão

No mundo que consome arte, há os apreciadores e os entendidos. Infelizmente há também aqueles que não distinguem uma pincelada de Monet ou uma cinzelada de Rodin. Fiquemo-nos pelo primeiro grupo, por aqueles que não sendo entendidos, são apreciadores ao ponto de conseguir ligar bailarinas a Degas, paisagens e lanches ao ar livre a Manet, girassóis a Van Gogh e haitianas a Cézzane.
No nível abaixo dos comuns dos mortais estarão aqueles que não duvidarão de forma alguma que La Gioconda será de mestre Leonardo Da Vinci, Os Girassóis de Van Gogh ou La Guernica de Picasso. São quadros que nos habituámos ao longo dos anos a ver, e vaidosos (além de mortos) estarão todos esses artistas. Todos? Bem... Todos talvez não. Da mesma forma que existe uma aldeia gaulesa que resiste hoje e sempre ao invasor, haverá concerteza um artista do qual não saberemos nunca o nome. Um artista desconhecido, mas que todos conhecem a sua grandiosa obra.Bem, grandiosa será talvez um pouco exagerado. Conhecida é sem dúvida. Não estarei concerteza muito longe da verdade se disser que todos conhecem O Quadro do Menino Que Chora, à venda em todas as feiras da especialidade. Pois quis o destino que me cruzasse in loco com tal obra. Sim, em casa dos meus sogros, no quarto onde durmo reside aos pés esse menino. Todas as manhãs, por muito bem disposto que eu acordasse, o fdp do petiz me cumprimentava com aquele ar de quem deveria receber o rendimento mínimo mas que o FMI tirou... Raios partam o míudo!

segunda-feira, março 21, 2011

O Dia da Árvore

Hello world
How've you been
Good to see you, my old friend
Sometimes I feel as cold as steel
And broken like I'm never going to heal
I see a light
Little grace, little faith for the world
Hello world

Bom dia! Chegou a Primavera. Curiosamente estou a ouvir Lady Antebellum, Hello World. (escusado será dizer que Lady Antebellum me persegue, até durante a Primavera... Pode Lady A servir de banda sonora para muita coisa, mas serve para o dia de hoje).
Hoje também é dia da Árvore. Lembro-me de, quando era puto, ir buscar árvores pequeninas para plantar, aos Serviços Florestais que, por comodidade, ficavam (e ficam) em frente à casa dos meus pais. Todos os anos vinha de lá com pequenos pinheiros e cedros, além de posters e autocolantes alusivos (muito em voga nos anos 80). Lembro-me de plantar essas mesmas árvores no quintal lá de casa, ou na escola. Um ano plantei na rua, na placa central que já não existe, na mesma placa central onde andava de bicicleta, e onde mais tarde estacionavam os carros.
A rua já poucas árvores tem, e já não tem placa central, já não se plantam árvores, e apenas se agradece o regresso da Primavera.
Tenho saudades de pouca coisa, mas tenho saudades do dia da árvore de quando tinha a idade do meu filho...

segunda-feira, janeiro 03, 2011

Carta

On the first page of our story, the future seems so bright. And this thing turned out so evil, I don’t know why I’m still surprised.

3h22... Acabei o livro. Ao ler a frase que tantas vezes mencionaste caiu-me uma lágrima pela cara abaixo. Depois li o que escreveste... O livro é triste, mexe com o íntimo. Mexe também porque te tem matado. Porque me sinto mal com tudo isto, porque quero mudar o que sentes e não posso. Não consigo. Eu amo-te, tu sabes, e é muito difícil para mim saber como estás ou o que sentes. Sempre me habituei a ter-te desse lado. Habituei-me a ter-te longe, ansiando pela tua presença, nunca pensando que no fim de contas nos afastasse tanto. Se antes estavas longe, passaste a estar inatingível. Sei que te fiz mal, sei que a mentira nunca fez bem a relações, mesmo aquelas que se baseam numa ilusão. Perdemos uma oportunidade. Sei que a perdi, não tenho razões ou justificações por muito que as peças ou que eu as tente encontrar. Não temos Paris, não tens recordações. Tens fantasmas, mágoas, e quem sabe, ódios. Não sei verdadeiramente o que quero de ti, mas sei que preciso de ti. Ainda que não esteja numa posição de pedir porque originei tudo, por favor nunca me deixes.
E sim, a vida é simples e fácil de perder. Mas o amor também. E é quando se perde o amor de alguém que o torna fodido...